sexta-feira, 23 de maio de 2014

Eleição presidencial tem disputa pelo 2º lugar mais acirrada desde 2002
Comentários 43

Fernando Rodrigues
  • Diferença entre Eduardo Campos e Aécio Neves é de 9 pontos percentuais
Em 2002, PSB disputou vaga no 2º turno contra o PSDB e ficou de fora
A pesquisa Ibope sobre a corrida presidencial realizada nos dias 15 a 19 de maio revela a disputa pelo 2º lugar mais embolada desde as eleições de 2002, tendo como base de comparação o mesmo período do ano.
No cenário com todos os possíveis candidatos, Dilma Rousseff (PT) tem hoje 40% das intenções de voto. O segundo colocado, Aécio Neves, está com 20%. Eduardo Campos (PSB) registra 11%. Os candidatos nanicos –Pastor Everaldo (PSC), Eduardo Jorge (PV) e José Maria (PSTU)– somam 5%.
A diferença entre Aécio e Campos é de 9 pontos percentuais. Considerada a margem de erro, de 2 pontos (para mais ou para menos), a vantagem do tucano sobre o pessebista cai para até 5 pontos percentuais.
Na eleição presidencial de 2010, a esta altura do campeonato (mês de maio), Dilma e José Serra (PSDB) estavam empatados com 37% cada. A disputa era pela primeira colocação. Parecia claro que ambos iriam ao segundo turno, o que de fato ocorreu. Marina Silva, então no PV, tinha somente 9% das intenções de voto, em terceiro lugar.
No pleito de 2006, também em maio, Geraldo Alckmin (PSDB) desfrutava de uma segunda colocação segura, com 18% das intenções de voto –13 pontos percentuais acima de Heloísa Helena (PSOL), com 5%. O primeiro colocado era Luiz Inácio Lula da Silva, que registrava 48%. Lula e Alckmin avançaram ao segundo turno, vencido pelo petista.
A atual disputa pelo segundo lugar guarda alguma similitude com a eleição de 2002. Em maio daquele ano, Lula comandava a fila com 38%, patamar semelhante ao de Dilma hoje. Serra e Anthony Garotinho (então no PSB) estavam empatados com 16% cada um.
A posição das legendas nas pesquisas era igual à verificada hoje: PT na frente, seguido por PSDB e PSB. O desenrolar é conhecido. Garotinho estagnou, Serra cresceu e foi ao segundo turno contra Lula, de quem perdeu.
O pior pesadelo para Campos será repetir a história de 2002. Por esse motivo, o pernambucano esforça-se para se diferenciar do tucano. O Blog compilou os dados arquivados na sua página de pesquisas:
tabela2
Espremido entre o eleitor de Dilma, mais à esquerda, e o de Aécio, mais conservador, Campos acena com o discurso de quebra da polarização e de “nova política”. Os meses de junho, julho e o início de agosto serão decisivos para avaliar se ele disputará a segunda posição cabeça a cabeça com Aécio ou se repetirá a sina de Garotinho em 2002.
(Bruno Lupion)
O blog está no Twitter e no Facebook.

segunda-feira, 12 de maio de 2014

Efeito ‘volta, Lula’ ainda pesa contra Dilma em pesquisa de opinião


9/5/2014 12:08
Por Redação - de São Paulo



Dilma e Lula estiveram reunidos, na noite passada, durante festa do PT em Belo Horizonte
Dilma e Lula são os dois presidentes mais queridos dos brasileiros dos últimos 50 anos
O cenário criado por um instituto de pesquisa, no qual o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva seria o candidato do PT no lugar da presidenta Dilma Rousseff, ainda fascina os eleitores. Caso Lula fosse candidato, segundo resultado de estudo do Datafolha, divulgado nesta sexta-feira, as eleições estariam resolvidas no primeiro turno, com a vitória do líder petista com 49% das intenções de voto. Nesta possível realidade, o pré-candidato tucano, senador Aécio Neves (MG), amargaria 17% da preferência do eleitorado e o ex-governador Eduardo Campos, possível candidato do PSB, não passaria de 9%, enquanto os demais candidatos fechariam a eleição com 6%.
Ainda de acordo com o Datafolha, 58% acreditam que Lula deveria ser o candidato do PT, enquanto apenas 19% defendem o nome de Dilma –18% disseram não saber e 5% acham que nenhum dos dois deveria ser o candidato. O percentual que gostaria ver Lula candidato aumenta ainda mais, para 75%, quando os entrevistados são eleitores do PT, contra apenas 23% que apoiam Dilma na legenda.
Outro número desanimador para a presidenta é que, enquanto na pesquisa 74% dos eleitores acreditam que as ações do próximo presidente deveriam ser diferentes, apenas 22% querem que elas sejam iguais. Do universo pesquisado, 38% consideram que Lula é o mais preparado para fazer as mudanças no Brasil, seguido por Aécio com 19%. Dilma aparece depois, com 15%, logo à frente de Campos.
Voo tucano
O voo do tucano Aécio Neves, segundo o estudo, ganhou mais consistência e reduziu a distância que o separa da líder da corrida eleitoral, Dilma Rousseff, aumentando as chances de a disputa ser decidida no segundo turno, segundo a pesquisa Datafolha. Aécio chega a 20% das intenções de voto, ante os 16% registrados no início de abril, enquanto Dilma oscilou para baixo 1 ponto percentual, para 37%. O terceiro colocado, Eduardo Campos, passou para 11% (ante 10%). A única movimentação real, de acordo com as normas da pesquisa, foi a de Neves, que se movimentou 2% fora da margem de erro da pesquisa é de 2 pontos percentuais.
Embora tenha oscilado dentro da margem de erro da pesquisa entre abril e maio, quando comparado com a sondagem de fevereiro Dilma perdeu 7 pontos percentuais. Somados, os números de Aécio e Campos e dos demais pré-candidatos, que têm intenções de voto entre 1% e 3%, chegam a 38% contra os 37% da presidenta, daí as maiores chances de segundo turno. No início de abril, eram 38% para Dilma e 32% para os demais candidatos.
A pesquisa mostrou também que caiu muito a diferença a favor de Dilma num eventual segundo turno contra Aécio, passando para 47% a 36%, ante 50% a 31% em abril. Contra Campos, o placar foi para 49% a 32%, ante 51% a 27%. A queda de Dilma pelo Datafolha entre fevereiro e agora é praticamente a mesma da pesquisa MDA para a Confederação Nacional do Transporte (CNT), que mostrou a presidenta com 37,0% das intenções de voto no final de abril, em comparação com 43,7% em fevereiro. Nessa pesquisa, Aécio apareceu com 21,6%, ante 17,0%.
Em outro levantamento, do instituto Sensus, divulgado no início deste mês, Dilma aparece com 35,0%, seguida pelo tucano com 23,7% e Campos com 11,0%.
O levantamento do Datafolha ocorreu
após a reação da presidenta à perda de terreno na corrida eleitoral. Um de seus principais movimentos foi o pronunciamento à nação na véspera do 1º de Maio, quando anunciou um aumento nos benefícios do Bolsa Família e uma correção na tabela do Imposto de Renda.
Aprovação do governo
Do lado positivo, a avaliação do governo manteve-se praticamente a mesma de abril: ótimo/bom com 35% (era 36%), regular com 38% (39%) e ruim/péssimo com 26% (25%). Além disso, a expectativa de que a inflação vai aumentar recuou para 58%, ante 65% em abril, no primeiro recuo desde o início de 2012.
Diminuiu também o número dos que acham que o desemprego vai aumentar: agora são 42%, contra 45% no mês passado. O Datafolha ouviu 2.844 pessoas entre quarta e quinta-feira, em 174 municípios.

sexta-feira, 9 de maio de 2014

Eleições: especialista analisa resultados da pesquisa Datafolha

 
Para o cientista político Marcus Ianoni “a novidade dessa pesquisa é uma ascensão, acima da margem de erros, da intenção de voto em Aécio Neves. No entanto, até o momento, o resultado não altera a projeção do favoritismo de Dilma, que continua sendo a preferida. Mas Aécio subiu de 16% para 20% das intenções de voto”.
>> The Economist: A Presidente e os pretendentes
>> Dilma tem 37%, Aécio, 20%, e Campos, 11%, diz Datafolha
Apesar de Dilma manter uma vantagem equilibrada, o crescimento de Aécio nas intenções de voto pode ser um alerta. “Eu diria que Dilma precisa se preocupar com a subida de Aécio. Ela precisa procurar aumentar a intenção de voto em sua candidatura e evitar que a de Aécio continue subindo, assim como evitar que Eduardo Campos venha a subir”, analisa Ianoni.
Ainda assim, o especialista ressalta que “ninguém pode andar de sapato alto a essa altura da disputa”. Sobre o crescimento de Aécio, o cientista político alerta: “a curto prazo ele pode ficar mais confiante, porém, a médio prazo e até o dia das eleições muita coisa pode acontecer”.
O Datafolha também ouviu os eleitores sobre uma eventual participação do ex-presidente Lula nas eleições e 58% dos entrevistados afirmaram que gostariam que ele fosse o candidato do PT. Já entre os que têm preferência pelo PT, 75% dizem que preferem Lula na disputa das eleições. Entre os ouvidos, 74% querem mudança na forma do país ser governado, e para 38%, Lula é o mais preparado para realizar essas mudanças. Já para 15%, Dilma é a mais indicada.
Ianoni avalia que esse resultado se deve à história dele e suas realizações nos dois últimos governos. “O nome de Lula é uma unanimidade nacional, ele virou um mito da. É natural que os eleitores prefiram Lula”. Sobre a afirmação de que 38% dos eleitores acreditam que o ex-presidente é o mais preparado para mudar os rumos da política no Brasil, o especialista acredita que o carisma e as realizações de Lula em seus mandatos passados podem ter influência no resultado: “Não se pode deixar de atentar para o fato de que tem havido nas últimas eleições, em nível nacional, uma percepção por parte do eleitorado de que as principais forças em disputa são, por um lado, o bloco liderado pelo PT e, por outro, o bloco liderado pelo PSDB. Lula vai participar das eleições e tenderá a aprofundar, para os eleitores, a percepção de que a candidatura de Dilma está no campo do PT”, avalia.

Tags: 2014, Aécio Neves, Datafolha, Dilma Rousseff, Eduardo Campos, Eleições, pesquisa, PSB, PSDB, PT

sábado, 3 de maio de 2014

Pesquisa põe Dilma e Aécio no 2º turno

Na nova enquete ISTOÉ/Sensus, petista soma 35%, tucano tem 23,7% e Campos (PSB), 11%

O Dia

Brasília - Um dia após reunião da cúpula do PT confirmar a candidatura da presidenta Dilma Rousseff à reeleição, nova pesquisa de intenção de votos reafirma a tendência de a disputa ir para o segundo turno. No levantamento da Revista ISTOÉ/Sensus, divulgado ontem, Dilma aparece com 35% das intenções de voto, seguida pelo senador mineiro Aécio Neves (PSDB), com 23,7%, e pelo ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), com 11%. Juntos, Aécio e Campos têm 34,7% dos votos, praticamente a mesma intenção de Dilma.
Dilma discursa ao lado de Graça Fortes e do ministro Edson Lobão, durante cerimônia de inauguração de unidade de fertilizantes em Uberaba
Foto:  Divulgação
Último levantamento feito pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT), no final do mês passado, também deu segundo turno, com queda da petista e ascensão do tucano. A presidenta somava 37% da preferência do eleitorado, abaixo dos 43,7% obtidos em fevereiro, e Aécio tinha 21,6% das intenções de voto, frente a 17% no início deste ano.
A pesquisa ISTOÉ/Sensus ouviu 2 mil eleitores em 136 cidades de 24 estados, entre os dias 22 e 25 de abril. O levantamento tem margem de erro de 2,2% para mais e para menos.
Na sexta-feira, em reunião com os líderes do PT e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em São Paulo, a legenda confirmou que a prioridade será a reeleição de Dilma, afastando de vez os boatos de uma possível candidatura de Lula a presidente.
Os dados da pesquisa Sensus saíram no mesmo dia em que novas denúncias sobre a Petrobras são reveladas. Segundo a Revista ‘Época’, a Polícia Federal e o Ministério Publico Federal investigam contrato entre a petroleira e a construtora Odebrecht.
De acordo com as investigações, o contrato, firmado em outubro de 2010, teria sido aprovado após acerto de uma doação equivalente a US$ 8 milhões (R$ 17,7 milhões) para a campanha de Dilma.
O acordo, no valor de US$ 826 milhões (R$ 1,8 bilhão), previa serviços de segurança, meio ambiente e saúde em unidades da Petrobras no Brasil e no exterior. A estatal está na iminência de uma CPI no Congresso para apurar compra superfaturada de refinaria nos Estados Unidos.
Presidenta contra-ataca tucanos
Mais cedo, sem saber das novas denúncias contra a estatal, durante a inauguração da fábrica de amônia da Petrobras em Uberaba, no Triângulo Mineiro, Dilma voltou a defender a petroleira. Ela mostrou que não se calará ante os ataques da oposição. A presidenta disse ser inadmissível privatizar a Petrobras, como já foi cogitado no governo do ex-presidente Fernando Henrique, (1994/2002) do PSDB. Ela discursou ao lado da presidenta da Petrobras, Graça Foster.
"Quando falo da imensa capacidade da Petrobras em investir, quero destacar que nos últimos anos, do governo do presidente Lula até o meu governo, o total que a Petrobras investiu foi sete vezes maior”, afirmou, sugerindo que a empresa petroleira foi esvaziada durante o governo do PSDB para ser vendida. Antes de sua fala, o presidente do Sindicato dos Petroleiros de Minas (Sindipetro), Leopoldino Martins, disse que a empresa foi “esquartejada” por FH.