sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Avaliação positiva do governo Dilma sobe a 43% em dezembro--CNI/Ibope

13 de dezembro de 2013 | 14h 18

  • JEFERSON RIBEIRO - Reuters
A avaliação positiva do governo da presidente Dilma Rousseff subiu em dezembro, puxada principalmente pela melhor percepção sobre ações do Executivo, mostrou pesquisa CNI/Ibope divulgada nesta sexta-feira.


Segundo o levantamento, a avaliação ótima e boa do governo Dilma foi a 43 por cento, ante 37 por cento em setembro, enquanto a ruim ou péssima passou para 20 por cento (22 por cento em setembro) e a regular recuou a 35 por cento (39 por cento).

Já os índices que avaliam o desempenho pessoal da presidente se mantiveram estáveis. O percentual dos que confiam na presidente se manteve nos mesmos 52 por cento de setembro.

A aprovação da maneira de governar de Dilma oscilou para cima, mas dentro da margem de erro de 2 pontos percentuais, para 56 por cento, ante 54 por cento em setembro, enquanto o percentual dos que desaprovam caiu para 36 por cento, ante 40 por cento.

Para o gerente executivo de pesquisas e competitividade da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Renato Fonseca, a melhora na avaliação positiva do governo pode ser explicada, em parte, porque os dados de setembro ainda estavam sob impacto da forte queda recorde de popularidade de Dilma e do governo no período das manifestações iniciadas em junho.

"Na passagem de setembro para novembro não houve melhora na avaliação da confiança da presidente ou no modo de governar da presidente, houve melhora na avaliação do governo. Então você tem claramente uma mudança muito pelo que o governo está fazendo nesse período", disse Fonseca.

Segundo ele, essa melhora também pode estar relacionada com o lançamento do programa Mais Médicos. "Não que já tenha tido resultado, mas quando começa a anunciar medidas e tomar algumas decisões isso acaba afetando a avaliação."

Das nove áreas de atuação do governo avaliadas pela pesquisa, houve melhora numérica nos índices de aprovação em todas, sendo que em apenas duas essa melhora ficou dentro da margem de erro. Mesmo assim, a única área em que a aprovação é maior que a desaprovação é no combate à fome e à pobreza, com 53 por cento.

Fonseca afirmou que é difícil dizer se a melhora da avaliação do governo registrada nesta pesquisa é uma tendência porque a disputa eleitoral do ano que vem pode alterar esse quadro. Além disso, ele acredita que pode haver uma piora nas condições econômicas, aspecto pouco observado pelos entrevistados neste levantamento.

ESTADOS

A presidente e o governo têm avaliação positiva superior à média nacional na maioria dos Estados, mas abaixo da média em eleitorados grandes como Rio de Janeiro, São Paulo e Distrito Federal, o que pode ter influência na disputa presidencial.

Enquanto o governo ostenta uma avaliação ótima/boa de 43 por cento em termos nacionais, ela atinge sua pior avaliação na capital federal, com apenas 26 por cento de ótimo e bom. Em São Paulo, maior eleitorado do país, a aprovação do governo é de apenas 35 por cento. No Rio, 31 por cento classificaram o governo como ótimo e bom.

O percentual de pessoas que confiam na presidente no país é de 52 por cento, mas no DF esse índice é de apenas 28 por cento, em São Paulo, chega a 39 por cento e no Rio está em 44 por cento.

Em compensação, em outros colégios eleitorados importantes, como a Bahia e Minas Gerais, a aprovação do governo é superior à média nacional, A confiança em Dilma chega a 59 por cento entre os mineiros e a 64 por cento entre os baianos.

A pesquisa feita pelo Ibope sob encomenda da Confederação Nacional da Indústria (CNI), foi realizada entre os dias 23 de novembro e 2 de dezembro, envolvendo também a avaliação dos governadores dos Estados. Para a avaliação da presidente Dilma e seu governo foram entrevistadas 2.002 pessoas no país.

(Reportagem de Jeferson Ribeiro)

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domingo, 8 de dezembro de 2013

Preferência por Dilma aumenta à esquerda
 

DE SÃO PAULO

 
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Perece uma escadinha. Quando mais simpático às teses de esquerda é o eleitor, maior a chance de ele declarar voto na presidente Dilma Rousseff nas simulações eleitorais feitas pelo Datafolha.

Se a principal disputa de 2014 fosse feita apenas entre os brasileiros que se associam às ideias de direita, Dilma teria 37% dos votos, conforme o cenário mais provável da eleição -contra o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB).

Entre os eleitores de centro-direita, a petista sobe seis pontos. No centro, pula mais algumas casas e atinge 47%. Avança outros três pontos se a eleição fosse só entre os brasileiros de centro-esquerda. E atinge seu recorde, 54% das intenções de voto, se a Presidência da República fosse decidida exclusivamente pelos eleitores esquerdistas.

Nenhum dos outros três nomes mais cotados para a disputa apresenta uma variação tão elástica como esta, de 17 pontos entre o pior e o melhor desempenho na escala de tendências ideológicas.

Com os outros, as alterações também não são tão compassadas entre os diferentes grupos de afinidade ideológica, como se fosse mesmo uma escadinha no gráfico (confira abaixo).

Pelos mesmos critérios, quem tem as características mais parecidas com as de Dilma é a ex-senadora Marina Silva (PSB), que varia 11 pontos entre o seu pior desempenho (18% entre os direitistas) e o seu recorde (29% no grupo dos de centro-esquerda).

Marina, que não conseguiu montar seu próprio partido a tempo de disputar a eleição de 2014 e então filiou-se ao PSB, é considerada hoje uma candidata menos provável que Campos, o presidente nacional da legenda.

O perfil ideológico dos eleitores marineiros foi extraído do cenário em que a ex-senadora disputa contra Dilma e Aécio Neves.

Na sentido oposto ao de Dilma, o senador tucano é o único dos quatro principais postulantes que apresenta desempenhos melhores entre os eleitores de direita e centro-direita.

As intenções de voto em Aécio vão piorando conforme o eleitorado vai ficando mais simpático às teses de esquerda.

FORMULAÇÕES

O Datafolha também cruzou as intenções de voto de cada candidato com os resultados do questionário de 16 perguntas que serviu de base para a classificação dos eleitores na escala que vai da direita à esquerda.

Assim, é possível saber com quais frases os eleitores de cada candidato mais se identificam.

Os eleitores de Dilma, por exemplo, são os mais simpáticos à ideia de que quanto mais benefício a pessoa tiver do governo, melhor. 52% deles preferem isso à ideia de que quanto menos dependente do governo, melhor.

O maior contraste, nesse aspecto, é com os eleitores de Aécio. Só 40% deles preferem a formulação dos benefícios em detrimento da independência do Estado.

Uma das características que distingue os eleitores de Aécio da média é a ideia de que a pobreza está mais ligada à preguiça do que à falta de oportunidades.

Entre os simpatizantes de Campos, 65% dizem que o governo deve atuar na economia para evitar abusos de empresas, taxa acima da média.

O Datafolha ouviu 4.557 pessoas nos dias 28 e 29 de novembro. A margem de erro é 2 pontos percentuais para mais ou para menos.

Editoria de Arte/Folhapress