segunda-feira, 8 de dezembro de 2014


247 – A presidente Dilma Rousseff está bem mais forte do que gostariam seus adversários. Essa é uma das conclusões principais da rodada de pesquisas Ibope e Datalha divulgadas neste domigo 7. Neste período conturbado, em que a oposição parlamentar liderada pelo PSDB radicaliza o discurso, usa imagens fortes e tenta reunir apoio de manifestações de protesto nas ruas, Dilma conseguiu manter exatamente os índices de aprovação que detinhas nas vésperas do segundo turno, em 27 de outubro.
O governo é considerado ótimo e bom por 42% do público, enquanto 24% veem a administração com ruim ou péssima. Imediatamente antes da eleição, esse percentual era de 20%.
Uma ótima notícia, não apenas para o governo, mas para todas as forças políticas que atuam dentro do sistema democrática, veio do Ibope. O instituto apurou que o índice de satisfação popular com a democracia cresceu 13 pontos percentuais. 39% disseram estar satisfeitos ou muito satisfeitos com a democracia, mais nível desde 2010. Em 2013, quando ocorreram propostos maciços nas ruas, a satisfação com o regime político alcançava 39%. "A existência de grupos radicais nas ruas, como os blac blocks, provoca mais repercussão na mídia do que desperta apoio popular", avaliou o cientista político Cláudio Couto, da Fundação Getúlio Vargas. "Cria-se uma falsa impressão de que há mais gente contra a democracia do que realmente existe".
No capítulo corrupção, apesar de o jornal Folha de S. Paulo ter destacado, entre todos os números, o porcentual de 68% dos que associaram a presidente a corrupção que vai sendo descoberta, o governo também colheu resultados positidos.
Nada menos que 46% indicaram que nunca houve tanto combate à corrupção no País como agora. Para efeito de comparação, esse índice foi de 16% para o governo lula e apenas 4% para a gestão do ex-presidente Fernando Henrique, do PSDB. A percepção de que agora a punição aos malfeitos é maior do que em outros tempos igualmente se confirmou. 40 assinalaram essa situação, de punição maior hoje em dia, contra 11 que disseram que isso ocorria com mais frequência no governo Lula e apenas 3% nos tempos de FHC.
Apesar de algumas avaliação de dificuldade na ação do futuro governo Dilma, a expectativa popular pode ser considerada boa. 50% entendem que Dilma fará um segundo mandato melhor do que o primeiro. Esse índice, em relação ao segundo governo tucano, era menor, de 41%.
Sofrendo tentativas diárias de desgate, ora com as revelações das delações premiadas á volta da operação Lava Jato, ora com os ataques da oposição parlamentar feita pelo PSDB, o que se mediu é que a presidente e o governo estão assimilando bem os ataques. A oposição esperava atingir um desgaste maior, mas isso não se concretizou. As vésperas da posse de uma nova equipe econômica, a tendência é a criação de novos fatos no ajuste de contas e controle da inflação. Se o plano der certo, os números de Dilma poderão ficar ainda melhores. Os resultados das pesquisas, nessa medida, agradaram em cheio ao Palácio do Planalto e frustraram, em larga medida, a oposição.