Rejeição a Aécio dispara e Dilma avança sobre eleitorado de Marina
10/9/2014 15:59
Por Redação - de São Paulo
Por Redação - de São Paulo
A pesquisa do Instituto Vox Populi divulgada nesta quarta-feira mostra um quadro ainda mais difícil para o candidato tucano à Presidência da República. O senador Aécio Neves (PSDB-MG) aparece com o maior índice de rejeição entre os candidatos, com 45%, de acordo com o levantamento, enquanto a rejeição à presidenta Dilma Rousseff (PT) cai para 42% e a de Marina Silva (PSB/Rede Sustentabilidade) sobe para, 40%. Ela aparece com 42% das intenções de voto contra 41% da candidata petista, em empate técnico, em um eventual segundo turno da eleição presidencial de outubro. Segundo a pesquisa, Dilma lidera no primeiro turno com 36% das intenções de voto, ante 28% de Marina e 15% de Aécio Neves, do PSDB. A margem de erro de 2,2 pontos.
O levantamento, divulgado nesta quarta-feira, é o primeiro do instituto Vox Populi para a revista Carta Capital desde a entrada de Marina na corrida presidencial no lugar de Eduardo Campos, que morreu em acidente aéreo em agosto. Levantamentos da semana passada dos institutos Datafolha e Ibope colocam Dilma e Marina empatadas no primeiro turno, sendo que a ex-ministra venceria em um eventual segundo turno. O campo da pesquisa Vox Populi foi realizado após a divulgação, na sexta-feira, de denúncias de um suposto esquema de corrupção na Petrobras.
Informações vazadas a partir do depoimento do ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa à Política Federal, mediante delação premiada, revelaram um suposto esquema de repasse de recursos a políticos de partidos da base aliada do governo. Costa comparecerá, na próxima quarta-feira a um depoimento marcado pelo presidente da CPI mista da Petrobras, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), após revelar à Justiça um esquema de corrupção na empresa.
Segundo a revista semanal de ultradireita Veja, Costa listou o ministro Edison Lobão (Minas e Energia), líderes do Congresso como os presidentes da Câmara e do Senado, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) e Renan Calheiros (PMDB-AL), além do ex-governador Eduardo Campos, morto no dia 13 de agosto em um acidente aéreo em Santos (SP), entre os políticos envolvidos. Paulo Roberto Costa será obrigado a comparecer à comissão porque a CPI mista já havia aprovado requerimento de convocação do ex-diretor. Como está preso, Costa irá ao Congresso, com escolta policial, para prestar depoimento à comissão.
O depoimento será aberto, segundo o presidente da CPI, Vital do Rêgo (PMDB-PB). Mas pode se transformar em fechado (com a presença apenas dos membros da CPI) se o ex-diretor da Petrobras pedir para fazer declarações de forma reservada. Vale lembrar que ele pode ser reservar ao direito de não falar nada, para não produzir provas contra si próprio.
Pontos frágeis
A queda de Marina Silva nas intenções de votos dos eleitores tem sido atribuída por analistas políticos às contradições da própria candidata. Dados das pesquisas MDA e Ibope, confirmados nesta quarta-feira no levantamento do instituto Vox Populi, mostram uma dianteira de oito pontos de Dilma sobre Marina em primeiro turno, com 36% e 28%, respectivamente. Uma nova pesquisa Datafolha, a ser divulgada nas próximas horas, tende a manter o quadro favorável para Dilma. Além de os ataques disparados pela propaganda do PT sobre pontos frágeis da candidata do PSB, como a posição dúbia sobre o pré-sal e a reafirmada autonomia do Banco Central, há mais um fator: Marina reage mal.
O máximo que a candidata do PSB conseguiu fazer, até agora, foi dizer que está sendo “alvo de muitas pedras”, de “calúnias” e “mentiras”. Mas não está conseguindo convencer a respeito dos improvisos, plágios e paradoxos de seu programa de governo, sua real posição sobre o pré-Sal e a questão da autonomia do Banco Central. Quanto a esta última, Marina reafirmou que, sim, é isso mesmo o que pretende fazer, “para livrar o BC dos interesses políticos”.
Como esta foi a primeira pesquisa do instituto depois da morte do ex-candidato do PSB Eduardo Campos e a entrada de Marina Silva na disputa ao Palácio do Planalto, não existe base de comparação com levantamentos anteriores. Os demais candidatos somam 2%. Brancos e nulos seriam 7%. Outros 13% não souberam indicar um candidato ou não quiseram responder.
Rejeição em alta
Nos últimos estudos junto à opinião pública, a rejeição a Aécio Neves (PSDB), neste período crucial da campanha eleitoral, chega a 43,5% dos entrevistados que não votariam nele de jeito nenhum. A sua marca anterior era de 40,4% de rejeição. A capa da revista Veja, que trouxe supostas denúncias de Arruda sobre a Petrobras, não ajudaram o tucano a subir na preferência do eleitor. Estes dados estão presentes na pesquisa feita pelo instituto MDA, encomendada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT).
Marina Silva (PSB) ainda tem o menor índice de rejeição, entre os três primeiros colocados, com 31% dos entrevistados que dizem que não votariam na candidata de jeito nenhum. Mas este percentual aumentou dos 29,3% no final de agosto, por ocasião da última sondagem do instituto. A presidenta Dilma Rousseff ainda carrega um alto índice de rejeição, em 41,7%, mas inferior ao apurado na pesquisa passada, quando 45,5% diziam não votar na petista.
Foram entrevistadas 2.002 pessoas em 137 municípios e ocorreu entre os dias 5 e 7 deste mês. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais.
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